sábado, 17 de dezembro de 2011

 A calmaria

Não é o desespero dos gritos,
É  pior,
O desespero da calmaria.
Os serenos olhares,
 as belas coisas,
os mortais.
Feito a venenosa aranha que se finge de morta
Minha alma ataca paralisando-se em contato com o alheio,
E meus pensamentos amansam-se no meio da tormenta.
Não é o medo do desconhecido,
Nem do impensável;
É a certeza da morte em todos os tons.
Mesmo que dure quinhentos anos...
Mesmo que os amores firmem-se sob os pés enrugados...
Mesmo que promessas sejam feitas...
O assassinato já foi cometido.
O fedor do podre já se foi.
Resta agora apoiar os cotovelos na sacada
E esperar o que já passou.

                                                                                     Jalna gordiano

                                                                                

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